.:O ASSUNTO É SÉRIO:.

Eu sei que muitos visitam o Memórias da Gordinha para saber sobre a minha reeducação alimentar.

Torcem imensamente por mim porque (1) eu sou uma simpatia [menos, queridinha, menos], (2) sou como vocês e vivo diariamente a luta contra a maleteda e (3) porra a pessoa tem um blog sobre isso, tem que emagrecer, né?

Mais do que nunca, tenho motivo para fazer diversas postagens sobre o assunto, afinal, engordei 20kg(!) depois de ter perdido 35kg na redução de estômago.

Sempre procurei manter o assunto do blog, mesmo quando queria escrever sobre outro assunto. Porém, hoje, preciso falar sobre outra coisa.

Sei que estou uma rolhinha de poço, entretanto, não consigo ir em frente na reeducação alimentar porque não dá para focar nisso agora. Não é desculpa esfarrapada. Parece. Talvez seja um pouco. Posso considerar até negligência da minha parte, mas faço isso consciente.

Consciente de que, no momento, tudo que está além do que preciso fazer pelo meu filho, é luxo. Sei que minha posição altruísta, se é que posso chamar assim, vai parecer meio tola. Afinal, estamos vivendo a sociedade que os filhos são criados pelas avós, escolas, babas, iPads, televisões, celulares... Muitas mulheres deram o grito de liberdade e entenderam que, entre outras coisas, o papel de consumidora mulher supera o de mãe.

Talvez meu filho até pudesse ser tratado dessa forma "moderna", se ele não tivesse a necessidade de uma intervenção diferenciada.

Há 5 meses começamos a investigar o atraso de línguagem do Erick (aos 1 ano e 11 meses ele não falava, não pedia, não compartilhava olhares, brincadeiras, preferia o isolamento à outras crianças) e descobrimos que o ele está dentro do espectro do autismo.

Ele adora letras e números. Sabe "falar"e
reconhecer números de 1 a 5 e algumas letras do alfabeto.
Desde o diagnóstico [que é um Norte e não um ponto final] até o dia de hoje, tenho estudado, lido muitos sites, livros, leis, artigos acadêmicos... Passamos frequentemente em médicos, triagens, fazemos exames, buscamos atendimento público (sem sucesso). Como você deve imaginar, tudo isso toma tempo, gasta energia.

Hoje aos 2 anos e 4 meses, o Erick faz terapia diariamente. São 08 horas semanais de intervenção (entre psicóloga e fonoaudióloga) e pretendemos aumentar para 10h em Janeiro. Os resultados têm sido muito gratificante, maaaaaaaaaaaaas todo dia é uma batalha.

Batalha para conseguir o direito de me afastar do trabalho para cuidar do meu próprio filho.
Batalha para conseguir atendimento em locais públicos de referência.
Batalha para conseguir tratamento gratuito e especializado, segundo pedido médico.

Todo dia ouço NÃO. NÃO. NÃO!

Ouço, mas não aceito

Minhas amigas de infância sabem que sempre quis ser mãe, assim como meu marido sempre quis ser pai. Então, abrir mãos de sonhos e papéis sociais não está sendo motivo de crises para nós.

Enfim, não estou dizendo que abandonarei meus outros papéis (esposa, filha, neta, professora, bloguera). Quero apenas que entendam que, no momento, não posso colocar toda minha energia na reeducação alimentar, embora eu possa ir recuperando bons hábitos aos poucos.

Sei que vai chegar um dia em que, vencidas algumas batalhas, vou poder recuperar o foco na alimentação minha saúde. Mas esse tempo não é agora.

Escrevi um texto enorme porque achei importante compartilhar com vocês esse momento da minha vida.

Comentários

Eu apoio a sua escolha de ser mãe como vamos preocupar com dieta se o nosso bem mais precioso está precisando.
Há e os padrões podem esperar o seu filho vai ser muito grato por sua dedicação e empenho.
Te desejo muita sorte e paciência pois o caminho não fácil mas calma tudo se ajeita.

Beijos
cristiane reinoldes disse…
Não entenderia outra atitude em você que não fosse o de uma guerreira....me emocionei imensamente com seu relato....Rapha sua luta é um exemplo lindo!!!!! Não abra a mão de nada que é seu de direito...ninguém nunca falou que seria fácil....mas você tem do seu lado as melhores energias....Fica com Deus menina linda.....se antes te admirava agora sou sua fã!!!! beijokas
Anônimo disse…
Por favor gostaria de saber mais sobre esse assunto...acho que meu filho também é...
Pam disse…
Boa sorte, Rapha! Pra vc e seu filhote, em tudo.
Q bom q vcs suspeitaram e descobriram esse diagnóstico logo cedo, com Erick ainda novinho. Já ouvi muitos casos de crianças nessa faixa de idade q começaram desde cedo essa intervenção e hoje conversando, brincando e se relacionando normalmente com outras crianças e adultos.

Bjs ;**
nique disse…
Oi Rapha ser mãe é maravilhoso e implica em abrir mão dos nossos desejos por nossos filhos, seu filho é lindo e claro vale a pena você dar atenção especial pra ele. Tenho um aluno com as mesmas características de comportamento mas, nem sempre encontramos mães como você. Parabéns você é uma guerreira e espero ver não só seu sucesso alimentar como um post contando seu sucesso nessa caminhada com seu baby. Beijos
Vê Nunes disse…
Seu filho tem sorte em ter uma mãe tão dedicada!!! É muito importante isso pra ele e a evolução dele supera qualquer crítica!!! Parabens!!!!!!!!
D. B. disse…
te apóio 100% Rapha, eu faria a mesma coisa, sem pensar duas vezes!
Vocês estarão nas minhas orações.
Bjssss
Unknown disse…
♥ Oi amiga, sou Josiane de Campinas-Sp ♥

♥ Graças a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo por dar entendimento a voces e verem isso rápido. Que Deus abençoe a vida de cada membro da família de voces, amem seu filho e eduquem a ele com muito amor e paciencia. Voces colheram muitos bons frutos no futuro ♥

☺ Que Deus, Cristo e o Espírito Santo estejam com voces ☺

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