Em 2024, o meme "Como eu vou ser triste, se em 2024 eu..." tomou conta das redes sociais. As pessoas enchiam o Instagram com fotos e mensagens sobre momentos felizes: "Virei mãe", "Ganhei um carro", "Conquistei um sonho"...
O que aprendi neste ano é que as redes sociais não são apenas sobre o que você publica, mas sobre como as pessoas interpretam suas postagens. Essa "interpretação" está profundamente ligada às experiências de quem lê. Mesmo sem intenção, você será julgado. "Que ano incrível!", "Parece que ela acha que isso é grande coisa", "Como se contenta com tão pouco..." – e assim por diante.
Se o objetivo fosse apenas "registrar" suas conquistas, você faria isso para si mesmo. Ninguém sabe o peso das batalhas que enfrentou, os momentos ruins que atravessou, as dores que suportou, os desamores pelo caminho. Então, o que estou tentando dizer é que eu ponderei e considerei que não preciso postar. Sim, eu tenho vontade de compartilhar alguns momentos, mas então me pergunto: "para quê?" e logo desisto.
Já gostei muito de redes sociais, de compartilhar minha vida, mas hoje tenho me exercitado para preservar mais minha intimidade. Em outubro, comecei terapia, após um momento muito difícil – daqueles que você se sente segurando um vaso quebrado e sem saber como juntar os cacos.
Decidi aproveitar esse processo de introspecção para organizar meu celular e salvar as fotos no OneDrive. Resolvi, também, postar aqui uma seleção: uma foto por mês, relembrando os 12 momentos que marcaram meu ano. Talvez seja uma maneira de olhar para 2024 com mais gratidão e menos expectativa sobre como isso será visto pelos outros.
Janeiro começou bem, na Ilhabela, aprendendo a amar meu corpo "malhado" e constantemente em atividade. Estavamos malhando com personal na academia do Clube do condomínio e foi uma fase muito boa que durou até outubro deste mesmo ano. Teve reforma no muro, passeio para exposição do Harry Potter e a finalização de alguns trabalhos extras que estavam empacados. Alguns continuaram assim até setembro!
Em
fevereiro, o botox estava em dia. Fui madrinha em um casamento do primo do Edgar e fiquei feliz com o resultado. Achei que ia ficar ridícula naquela cor de roupa (terracota), mas até que ficou bom. O vôlei estava indo bem, a galera estava cada vez maior e mais unida (coisas que mudaram, algum tempo depois...) e meu pai ficou noivo. Minhas duas turmas na escola eram incríveis. Mas minha vida pessoal (casal) estava ruindo. As coisas que já não estavam bem há um tempo, começaram a piorar. Viajamos para Foz do Iguaçu (a única viagem "grande" de 2024) e conhecemos muitos lugares legais. Apesar de juntos, estavamos desconectados, como continuamos até hoje.
Março chegou e formamos um time, fizemos uma camisa e jogamos nosso primeiro amistoso. Foi muito legal! Juntei dinheiro e realizei o sonho de trocar de caso contribuindo, desde o meu primeiro carro, com a maior quantia até hoje. Não vou postar a foto do carro com laço vermelho porque além de ser bem ostentadora, ainda não conta a história toda por trás dessa conquista que inclui muitos capítulos de raiva, superação e resiliência. Essa história continua a ser contada, 10 meses depois...
Em abril, o vôlei continuou ganhando força. Participei de um torneio no condomínio e ficamos em terceiro lugar com a equipe branca. O povo permanecia unido, fazendo festa, compartilhando bons momentos e vinhos. Erick estava de escola nova (pública), nova acompanhante, eu estava contente com as mudanças no meu corpo e com o progresso. Decidi deletar meu app do Instagram, mas meu filho começou a fazer LIVEs e tive que voltar. Virou um dos seus hiperfocos, como o futebol continua sendo. Como ele assumiu as redes sociais dele, parei de postar as coisas sobre ele e o autismo, pois afinal agora ele tem voz. Posso falar como mãe de pessoa com autismo, não sobre o autismo em si porque não tenho. Não sei como é para ele. Vou deixar essa parte por ele.
Maio foi um mês de muito trabalho e saída com os amigos do condomínio. Era uma época que fazia bastante atividade física, mas também bebia bastante. Coisa que já não tenho vontade mais. Percebi que se tivesse bebido menos, teria um resultado melhor no emagrecimento, mas aquela "Raphaelle" gostava de curtir a vida assim. Desde de outubro, quando o vaso quebrou de vez, eu não tenho vontade de beber nada além de uma única dose de cerveja (da pequena), um gole de espumante para brindar alguma coisa ou um gole de algo que me oferecem para "experimentar".
Junho foi o mês que mais malhei na vida. Além de ir 2x por semana com ajuda do personal, também ia de manhã, bem cedinho e fazia um treino de 40 a 50min. Eu descobri que aquele era o melhor horário da minha rotina para treinar. Ia trabalhar mais animada e disposta. Até presentiei minha mãe com 3 meses de academia para ela se animar e se cuidar. Pena que o que é "bom" dura pouco e logo vieram as férias e não renovei o plano. Junho foi um mês de muitas festas (especialmente as juninas) e bastante bebida.
Eu ia escrever do ano todo, mas acho que já cansei! Volto na próxima para contar o restante. Não prometo.
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